Posted: 05 Aug 2010 11:10 AM PDT
Fonte: O Globo
Ahmed está desesperado para sair de Bagdá, depois que militantes islâmicos ameaçaram matá-lo ou suas crianças porque ele trabalhou para a mídia ocidental após a invasão do Iraque em 2003, liderada pelos EUA.
Como milhares de outros, ele espera usar um visto de refugiado nos EUA para escapar dos bombardeios, tiroteios e ameaças de morte em seu país.
“Fundamentalistas me disseram por telefone: se você não se demitir do trabalho iremos matar você ou um de seus filhos”, disse Ahmed, pai de um filho e duas filha. Ele disse temer dar seu nome completo.
O jornalista espera se unir a mais de 4,7 milhões de iraquianos que deixaram seus lares desde 2003. Segundo a agência para refugiados das Nações Unidas (Acnur), é a pior crise humanitária no Oriente Médio desde 1948.
A violência diminuiu no Iraque desde o ápice dos conflitos sectários em 2006-07, mas explosões e tiroteios ainda ocorrem regularmente. O número de mortes civis causadas pela violência quase dobrou em julho comparado a junho, segundo dados do governo.
Muitos iraquianos como Ahmed almejam ir aos Estados Unidos, mas as chances de chegar lá são mínimas. Em vez disso, as opções são ir à Europa ou aos vizinhos Líbano, Síria, Turquia e Jordânia, que concedem vistos com maior facilidade.
“Esperamos que cerca de 4.500 iraquianos viagem aos Estados Unidos através do programa para refugiados neste ano, então iremos dobrar o número em relação ao ano passado”, disse Mark Storella, coordenador de programa na embaixada dos EUA em Bagdá.
Enquanto apenas 66 iraquianos foram aos Estados Unidos em 2004 pelo programa, o número aumentou de forma constante desde então.
Cerca de 13.828 refugiados iraquianos receberam vistos e viajaram aos Estados Unidos do Iraque e de países vizinhos em 2008. O número saltou para 18.838 em 2009.
Filed under: Notícias


Como milhares de outros, ele espera usar um visto de refugiado nos EUA para escapar dos bombardeios, tiroteios e ameaças de morte em seu país.
“Fundamentalistas me disseram por telefone: se você não se demitir do trabalho iremos matar você ou um de seus filhos”, disse Ahmed, pai de um filho e duas filha. Ele disse temer dar seu nome completo.
O jornalista espera se unir a mais de 4,7 milhões de iraquianos que deixaram seus lares desde 2003. Segundo a agência para refugiados das Nações Unidas (Acnur), é a pior crise humanitária no Oriente Médio desde 1948.
A violência diminuiu no Iraque desde o ápice dos conflitos sectários em 2006-07, mas explosões e tiroteios ainda ocorrem regularmente. O número de mortes civis causadas pela violência quase dobrou em julho comparado a junho, segundo dados do governo.
Muitos iraquianos como Ahmed almejam ir aos Estados Unidos, mas as chances de chegar lá são mínimas. Em vez disso, as opções são ir à Europa ou aos vizinhos Líbano, Síria, Turquia e Jordânia, que concedem vistos com maior facilidade.
“Esperamos que cerca de 4.500 iraquianos viagem aos Estados Unidos através do programa para refugiados neste ano, então iremos dobrar o número em relação ao ano passado”, disse Mark Storella, coordenador de programa na embaixada dos EUA em Bagdá.
Enquanto apenas 66 iraquianos foram aos Estados Unidos em 2004 pelo programa, o número aumentou de forma constante desde então.
Cerca de 13.828 refugiados iraquianos receberam vistos e viajaram aos Estados Unidos do Iraque e de países vizinhos em 2008. O número saltou para 18.838 em 2009.
Filed under: Notícias
Posted: 05 Aug 2010 11:02 AM PDT
Fonte: UOL
Por Neil MacFarquhar, ONU
A violência na turbulenta região de Darfur, no Sudão, aumentou nos últimos meses, disse Alain Le Roy, o chefe das operações de força da paz da ONU, na quarta-feira. Ele atribuiu o aumento a uma combinação de fatores, incluindo conversações de paz espasmódicas, rivalidades tribais renovadas e a tensão geral no maior país da África, à medida que seu sul caminha lentamente para um referendo de independência.
Chamando a situação de “um quadro sombrio”, Le Roy disse em uma coletiva de imprensa que a segurança deteriorou significativamente, à medida que diminui o otimismo com o cessar-fogo de 2009.
Estatísticas recentes da ONU indicam que as mortes deste ano já se equiparavam às 832 mortes violentas registradas em todo o ano de 2009. Maio, com 400 mortes, foi o mês mais sangrento desde que as forças de paz foram posicionadas em dezembro de 2007.
É difícil resumir a trama complicada de atores na região, especialmente com a fragmentação dos movimentos rebeldes e o aumento dos criminosos bem armados que ocorreram ao longo dos sete anos em que guerra se arrasta. Parte do recente derramamento de sangue foi até mesmo atribuído a um esquema de pirâmide, que fez com que milhares perdessem suas economias.
Primeiro, em maio, o Movimento Justiça e Igualdade (MJI), o mais poderoso grupo rebelde de Darfur, abandonou as negociações de paz que transcorriam em Doha, Qatar, após o governo sudanês ter rejeitado sua exigência de que fosse o único negociador representando os rebeldes à mesa. Desde então, o grupo vem tentando se reafirmar militarmente e foi forçado a entrar em alguns combates, após o vizinho Chade ter melhorado seus laços com Cartum e fechado as rotas habituais de fuga do grupo pela fronteira.
Segundo, o conflito foi provocado por confrontos entre tribos árabes nômades e africanos não migratórios pelo suprimento de água. Com cerca de 2 milhões de pessoas, a maioria africana, deslocadas de suas terras e as tribos árabes disputando entre si os espólios, os recursos de água estão ainda mais escassos.
Terceiro, o sul do Sudão, que lutou por 50 anos com o norte em uma guerra que matou cerca de 2 milhões de pessoas, deverá votar a independência em um referendo em 9 de janeiro. O governo no norte quer pacificar Darfur antes do referendo – tanto porque Darfur terá um peso adicional no país menor que o Sudão provavelmente se tornará, assim como para desencorajar qualquer ideia separatista entre a população local. “Eles querem reafirmar seu controle político e militar”, disse Fabienne Hara, do Grupo de Crise Internacional. “Eles temem que Darfur não estará sob seu controle até janeiro de 2011.” A força de paz da ONU continua em confronto constante com o governo. Por exemplo, um soldado de paz egípcio sangrou até a morte em maio, após o governo ter se recusado a permitir que um helicóptero voasse para realizar sua evacuação, disseram funcionários da ONU. O governo sudanês professa regularmente sua cooperação plena.
Grande parte da atenção no Sudão se concentra em assegurar que o Acordo Abrangente de Paz, assinado em 2005 entre o norte e o sul não entre em colapso ao chegar ao seu momento mais crítico. Restando cinco meses para a votação da independência, a comissão para supervisionar a votação carece de um líder e ainda restam perguntas complicadas, como quem terá direito de votar, que ainda não foram respondidas.
Questões maiores, como a divisão dos recursos de petróleo entre o norte o sul também precisarão ser negociadas.
Alguns analistas culpam o governo Obama pela falta de uma política clara para o Sudão, dividida entre a linha mais branda do general J. Scott Gration, o emissário do presidente Barack Obama para o Sudão, e a abordagem de maior confronto frequentemente expressada por Susan E. Rice, a embaixadora americana na ONU.
Eles negam um racha, mas um alto funcionário do Departamento de Estado disse que Washington ainda está lutando para definir uma política. “Não há um senso de urgência de que este é um momento crucial e que temos que moldá-lo”, disse o funcionário, falando sob a condição de anonimato por não estar autorizado a falar publicamente sobre o assunto.
Por Neil MacFarquhar, ONU
A violência na turbulenta região de Darfur, no Sudão, aumentou nos últimos meses, disse Alain Le Roy, o chefe das operações de força da paz da ONU, na quarta-feira. Ele atribuiu o aumento a uma combinação de fatores, incluindo conversações de paz espasmódicas, rivalidades tribais renovadas e a tensão geral no maior país da África, à medida que seu sul caminha lentamente para um referendo de independência.
Chamando a situação de “um quadro sombrio”, Le Roy disse em uma coletiva de imprensa que a segurança deteriorou significativamente, à medida que diminui o otimismo com o cessar-fogo de 2009.
Estatísticas recentes da ONU indicam que as mortes deste ano já se equiparavam às 832 mortes violentas registradas em todo o ano de 2009. Maio, com 400 mortes, foi o mês mais sangrento desde que as forças de paz foram posicionadas em dezembro de 2007.
É difícil resumir a trama complicada de atores na região, especialmente com a fragmentação dos movimentos rebeldes e o aumento dos criminosos bem armados que ocorreram ao longo dos sete anos em que guerra se arrasta. Parte do recente derramamento de sangue foi até mesmo atribuído a um esquema de pirâmide, que fez com que milhares perdessem suas economias.
Primeiro, em maio, o Movimento Justiça e Igualdade (MJI), o mais poderoso grupo rebelde de Darfur, abandonou as negociações de paz que transcorriam em Doha, Qatar, após o governo sudanês ter rejeitado sua exigência de que fosse o único negociador representando os rebeldes à mesa. Desde então, o grupo vem tentando se reafirmar militarmente e foi forçado a entrar em alguns combates, após o vizinho Chade ter melhorado seus laços com Cartum e fechado as rotas habituais de fuga do grupo pela fronteira.
Segundo, o conflito foi provocado por confrontos entre tribos árabes nômades e africanos não migratórios pelo suprimento de água. Com cerca de 2 milhões de pessoas, a maioria africana, deslocadas de suas terras e as tribos árabes disputando entre si os espólios, os recursos de água estão ainda mais escassos.
Terceiro, o sul do Sudão, que lutou por 50 anos com o norte em uma guerra que matou cerca de 2 milhões de pessoas, deverá votar a independência em um referendo em 9 de janeiro. O governo no norte quer pacificar Darfur antes do referendo – tanto porque Darfur terá um peso adicional no país menor que o Sudão provavelmente se tornará, assim como para desencorajar qualquer ideia separatista entre a população local. “Eles querem reafirmar seu controle político e militar”, disse Fabienne Hara, do Grupo de Crise Internacional. “Eles temem que Darfur não estará sob seu controle até janeiro de 2011.” A força de paz da ONU continua em confronto constante com o governo. Por exemplo, um soldado de paz egípcio sangrou até a morte em maio, após o governo ter se recusado a permitir que um helicóptero voasse para realizar sua evacuação, disseram funcionários da ONU. O governo sudanês professa regularmente sua cooperação plena.
Grande parte da atenção no Sudão se concentra em assegurar que o Acordo Abrangente de Paz, assinado em 2005 entre o norte e o sul não entre em colapso ao chegar ao seu momento mais crítico. Restando cinco meses para a votação da independência, a comissão para supervisionar a votação carece de um líder e ainda restam perguntas complicadas, como quem terá direito de votar, que ainda não foram respondidas.
Questões maiores, como a divisão dos recursos de petróleo entre o norte o sul também precisarão ser negociadas.
Alguns analistas culpam o governo Obama pela falta de uma política clara para o Sudão, dividida entre a linha mais branda do general J. Scott Gration, o emissário do presidente Barack Obama para o Sudão, e a abordagem de maior confronto frequentemente expressada por Susan E. Rice, a embaixadora americana na ONU.
Eles negam um racha, mas um alto funcionário do Departamento de Estado disse que Washington ainda está lutando para definir uma política. “Não há um senso de urgência de que este é um momento crucial e que temos que moldá-lo”, disse o funcionário, falando sob a condição de anonimato por não estar autorizado a falar publicamente sobre o assunto.
Tradução: George El Khouri Andolfato