Roberto Abraham Scaruffi

Thursday 2 September 2010

Posted: 31 Aug 2010 01:37 PM PDT
Fonte: ACNUR

A Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR, Angelina Jolie, pediu maior apoio publico para os esforços de fornecer assistência humanitária às milhões de pessoas que tiveram suas vidas devastadas pelas inundações no Paquistão.
Em um vídeo divulgado hoje, a atriz chama a atenção para a escala monumental do desastre. “Um quinto do Paquistão está embaixo d’água… 20 milhões de pessoas afetadas podem ficar doentes. Essa não é só uma crise humanitária, é uma catástrofe econômica e social. O ACNUR está no terreno. Quanto maior o nosso apoio, maior é o número de tendas, alimentos, água potável e remédios que chegará àqueles que precisam”, ela diz.
As equipes da agência da ONU para refugiados no Paquistão têm fornecido abrigo e outros suprimentos de emergência para milhões de pessoas atingidas pelo desastre. Mas com cerca de 20 milhões de pessoas tendo sido afetadas, as necessidades das vítimas está superando a habilidade das organizações humanitárias de prover assistência. Na semana passada o ACNUR aumentou seu apelo global para as operações das inundações no Paquistão de US$ 41 milhões para US$ 120 milhões. O governo do Brasil já doou US$ 500 mil ao ACNUR para apoiar sua resposta às vítimas das enchentes no Paquistão.
Angelina Jolie tinha visitado o Paquistão, previamente, em três ocasiões desde que foi nomeada Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR, em 2001. Com a eclosão da atual crise ela doou US$ 100 mil à agência para seu trabalho de assistência no país.

Filed under: Notícias
Posted: 31 Aug 2010 12:50 PM PDT
Fonte: Rádio ONU
Por Mônica Villela Grayley
As Nações Unidas lançaram nesta terça-feira um Plano de Ação Global contra o Tráfico de Seres Humanos.
Milhões de vítimas por ano
De acordo com a ONU, milhões de pessoas, a maioria crianças e mulheres, são vítimas deste tipo de crime todos os anos.
Medidas Concretas
O plano foi lançado na Assembleia Geral, em Nova York, numa sessão aberta pelo Secretário-Geral, Ban Ki-moon.
Em seu discurso, Ban disse que o Plano de Ação fortalece o que ele chamou de três Ps: prevenir o tráfico, processar os criminosos e proteger as vítimas. Ele lembrou que a proposta ainda inclui um quarto P, de parceria. Ban disse que o tráfico é uma forma de escravidão moderna.
Em julho, o órgão adotou o plano no qual governos se comprometem a tomar medidas concretas para evitar o tráfico de pessoas, proteger e assistir as vítimas.
Outras recomendações visam punir crimes relacionados ao tráfico além de fortalecer parcerias entre governos, sociedade civil, setor privado e a mídia.
A especialista do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc, Sandra Valle, falou à Rádio ONU, de Viena, sobre um dos desafios para combater o crime logo no começo.
“O grande problema que se tem é de treinar as polícias locais para estarem mais alertas a sinais de tráfico. Porque é claro que aquela pessoa traficada não vai ter nenhuma identidade, ela terá medo de denunciar. E a polícia tem que estar devidamente sensibilizada e treinada para ver estes sinais”, afirmou.
Fundo Voluntário
De acordo com o Unodc, uma das formas de ajudar as vítimas do tráfico de seres humanos é através da criação de um fundo voluntário da ONU.
A agência também pediu aos governos que tomem todas as medidas para assegurar que as vítimas não sejam penalizadas pelo fato de terem sido traficadas.

Filed under: Notícias
Posted: 31 Aug 2010 12:31 PM PDT
Fonte: ACNUR
Um grupo de garotos joga futebol em Soacha. Jovens deslocados que vivem no subúrbio enfrentam futuro incerto. (Foto: P. Smith/ ACNUR)
Ao longo dos anos, o subúrbio de Soacha tem se expandido de forma casual e irregular para as montanhas, ao sul de Bogotá, devido às milhares de famílias que migraram para a capital colombiana para escapar da violência nas áreas rurais.
Elas se sentem relativamente seguras nesse labirinto de lojas e casas de tijolos e ferros torcidos que fazem o bairro de Altos de Cazuca, em Soacha, parecer um gigante formigueiro humano. Mas para muitas das crianças que vivem ali, a ampla zona urbana de mais de 450 mil pessoas,incluindo quase 32 mil deslocados internos registrados, é um beco sem saída do ponto de vista cultural, social e educacional.
Enquanto seus pais talvez sonhem em retornar às fazendas e vilas, os jovens se converteram em “bichos da cidade”. “Quando nós conversamos com as famílias, os adultos dizem que querem retornar às suas regiões de origem, mas os jovens querem ficar aqui ou em Bogotá”, afirmou um funcionário do ACNUR que trabalha em Soacha.
Por várias razões, especialmente a discriminação, a estigmatização e a pobreza, a favela oferece poucas oportunidades. De fato, a única saída para algumas pessoas é se juntar a grupos armados ou irregulares, os quais, de acordo com trabalhadores humanitários e moradores, ainda controlam algumas partes de Soacha – especialmente durante a noite.
O ACNUR, que começou a trabalhar em Soacha em 2005, acredita que a juventude precisa de ajuda e orientação. “Esses jovens não têm perspectivas de futuro porque o esforço, em nível local, tem sido insuficiente até agora”, observou Terry Morel, representante do ACNUR na Colômbia, adicionando: “Nós trabalhamos para encontrar soluções que permitam às pessoas construir um futuro.”
A agência para refugiados coordena a assistência humanitária e apóia organizações como La casa de los Derechos e Learning Circles, as quais trabalham para proteger as famílias deslocadas e seus filhos, facilitando o acesso a serviços como educação, saúde e abrigo, aos quais eles têm direito.
Juan, um jovem que estava tocando bateria em um centro da juventude, quando o ACNUR conversou com ele, deu algumas dicas dos obstáculos que os jovens deslocados de Soacha enfrentam. O garoto de 17 anos fugiu de Cucuta, ao norte, para Altos de Cazuca há um ano, depois que sua mãe começou a ter problemas. “Minha mãe disse que eu deveria ir embora, caso contrário eu seria morto por causa do que ela tinha feito”, disse Juan.
Ele teve sorte. Quando chegou em Soacha ele fez um amigo que emprestou dinheiro para ele e encontrou um dinheiro vendendo bijuteria barata. Mas como muitos outros recém-chegados, ele sofreu com a hostilidade dos moradores locais. “Pessoas deslocadas não são bem recebidas aqui. Quando você anda pelas ruas, eles olham te olham mal. Quando você pede um trabalho, a primeira coisa que eles te perguntam é se você é um deslocado”, explicou. “Os jovens não têm muitas oportunidades de trabalho aqui”, um funcionário do ACNUR em Soacha confirmou.
Juan também não conseguiu prosseguir com seus planos de estudo, como muitos deslocados, ele não tinha dinheiro suficiente. Mas outros foram impedidos de entrar em escolas locais por motivos discriminatórios. A equipe do ACNUR diz que a discriminação e a estigmatização das pessoas deslocadas são fatores preocupantes.
Os jovens enfrentam outros sérios obstáculos para o desenvolvimento pessoal. Talvez o mais perigoso seja a influência que os grupos armados irregulares exercem nas favelas de Soacha, tão próximas ao centro de Bogotá.
O recrutamento forçado é um perigo, mas a oferta de dinheiro também representa uma tentação para jovens que não têm nada mais. As políticas sociais desses grupos também afetam os jovens. “As ameaças recaem contra dependentes químicos, trabalhadores sexuais, que talvez tenham HIV. Eles serão ameaçados e talvez até eliminados”, observou Morel.
Esse controle social, incluindo a proibição de certos tipos de música, de roupas ou até de cortes de cabelo, “às vezes leva a um segundo deslocamento dentro de Soacha”, diz um oficial da organização Casa dos Direitos, que em 2008 lançou uma campanha com o ACNUR para informar os jovens sobre o que poderiam fazer caso fossem ameaçados de recrutamento forçado.
O oficial da Casa dos Direitos, que promove uma presença institucional em Soacha, oferece aconselhamento jurídico e luta pelos deslocados, disse que a violência sexual e doméstica contra as crianças, assim como a negligência parental, também são grandes problemas.
Embora as perspectivas para os jovens de Soacha sejam cruéis, sempre existe alguma esperança. A própria presença do ACNUR na região, onde 500 homicídios foram registrados na última década, já é um passo avante. “O ACNUR entrou na região e nós abrimos um escritório da Casa dos Direitos e apoiamos a presença das instituições”, disse Morel, acrescentando: “Isso é crítico, porque ajuda as pessoas a não se sentirem abandonadas”.
E os jovens estão mostrando sinais de iniciativa e independência. “O centro da juventude foi criado pelos próprios jovens”, revelou o oficial da Casa dos Direitos, enquanto dizia que alguns deles participaram de workshops para estudar políticas públicas e têm um maior controle de seus futuros. Juan mantem uma atitude positiva. “Eu sou otimista. A banda está começando a planejar seu futuro e eu já tenho um trabalho”.
Leo Dobbs de Soacha, Colômbia