- Israelenses e palestinos progridem em tema da colonização
- ONU critica acesso desigual à água
- Refugiados angolanos mostram sua arte no evento Revelando São Paulo
- ACNUR e Brasil formalizam parceria humanitária
| Posted: 15 Sep 2010 05:26 PM PDT Fonte: AFP O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o presidente palestino Mahmud Abbas fazem progressos para solucionar as questões relacionadas à colonização judaica, declarou nesta quarta-feira à noite em Jerusalém o enviado especial americano para o Oriente Médio, George Mitchell. “Continuamos, como parte de nossos esforços, a fazer progressos nesta questão. Consideramos que é exatamente o caso”, afirmou Mitchell em resposta à pergunta de um jornalista sobre a colonização israelense nos territórios palestinos. Um novo encontro entre as equipes de negociadores está previsto para a próxima semana, indicou Mitchell. Entre os principais temas do conflito estão as fronteiras de um futuro Estado palestino, a segurança de Israel, o futuro dos refugiados palestinos, o estatuto de Jerusalém e a colonização israelense no território palestino da Cisjordânia, ocupado por Israel após a guerra de 1967. Este último ponto é o mais complicado a curto prazo, já que restam menos de duas semanas para que expire (no dia 26 de setembro) o prazo do congelamento parcial da colonização nos territórios palestinos ocupados por Israel. Netanyahu e o presidente Abbas se reuniram nesta quarta-feira à noite em Jerusalém, acompanhados pela secretária de Estado americana Hillary Clinton e por Mitchell em uma nova sessão de negociações diretas. “As duas partes decidiram que os negociadores vão manter suas discussões na próxima semana para preparar o terreno para novas reuniões entre dirigentes”, afirmou Mitchell. “As discussões foram produtivas”, comemorou o emissário americano. “O presidente Abbas e o primeiro-ministro Netanyahu retomaram suas negociações sobre as questões-chave e sobre os principais temas de disputa desse processo. Os dois dirigentes não deixam as questões difíceis para o fim de suas discussões”, ressaltou. “Eles abordam com empenho todas as questões que estão no coração do conflito entre israelenses e palestinos. Consideramos que é um sinal forte de sua convicção de que a paz é possível e de seu desejo de alcançar um acordo”, acrescentou Mitchell. Filed under: Notícias |
| Posted: 15 Sep 2010 05:14 PM PDT Fonte: European Pressphoto Agency ![]() A relatora especial para o direito à água e ao saneamento da ONU, Catarina de Albuquerque, criticou nesta quarta que sempre sejam as mesmas pessoas – “pobres, refugiados, imigrantes” – aquelas que não têm acesso à água. “Sempre são as mesmas pessoas que têm mais problemas”, reprovou Alburquerque, para quem o problema deriva invariavelmente da “falta de vontade política dos Estados”. Em sua opinião, os problemas econômicos não são desculpa para isso. “Se o país não tem dinheiro, mas estabelece o abastecimento de água como máxima prioridade, poderá obter ajuda a respeito procedente do exterior”, destacou a advogada portuguesa, que apresentou hoje em Genebra seu relatório ao Conselho de Direitos Humanos da ONU. A relatora informou que existem 1 bilhão de pessoas no mundo que não dispõem de acesso a uma fonte de água e 3 bilhões que não têm acesso a água de alta qualidade. “A responsabilidade em matéria de direitos humanos é do Estado”, ressaltou. Segundo ela, mesmo quando o abastecimento de água e saneamento corre a cargo da iniciativa privada, a empresa “também adquire certa responsabilidade sobre os direitos humanos”. “O Governo é que deve legislar, garantir que o fornecedor faça uma gestão adequada”, assinalou Alburquerque. Ela criticou que muitas vezes os elevados preços do abastecimento impedem um acesso igualitário à água. Embora os países “façam progressos”, “sempre são os pobres, os refugiados, os imigrantes e os imigrantes ilegais” que têm mais dificuldades para o acesso à água, que foi decretado pela Assembleia Geral da ONU em julho passado um direito humano. “Todas as pessoas, sem discriminação, devem ter acesso à água potável e ao saneamento”, estipula a resolução do órgão. Filed under: Notícias |
| Posted: 14 Sep 2010 07:06 PM PDT Fonte: ACNUR ![]() Os refugiados angolanos Bantu Tabasisa e Tandu, que participam desde a semana passada no evento “Revelando São Paulo”. (Foto: ACNUR) Tandu chegou em 2001, por não concordar com o alistamento militar obrigatório em Angola, e Bantu deixou sua terra natal há 17 anos, por causa do conflito interno que afetava seu país. Ambos foram convidados a participar do “Revelando São Paulo”, que busca reunir e celebrar a diversidade cultural e artística do mais importante estado brasileiro. O evento é um grande encontro da cultura paulista, reunindo manifestações artísticas de 200 municípios do estado. Tandu é pintor autodidata e se dedica à arte desde 1992, dominando especificamente as técnicas de areia sobre tela, raspagem e obras talhadas por espátulas. “Minha inspiração são as mulheres africanas e a árvore Balbá, que é típica do continente. Lá tem muito sol, e essas árvores nos oferecem sombra e alívio.” Bantu é o coordenador do Grupo Cultural Tribo Bakongo Kingoma da África, que representa a África por meio de artes plásticas, percussão, dança, canto, peças teatrais e culinária. Como pintor, Bantu prefere a técnica de óleo sobre tela e se especializou em retratos, encontrando inspiração nas tribos africanas de diferentes países. “O bom do meu trabalho é poder divulgar a cultura de todo o continente, e não só de Angola. Os brasileiros afro-descendentes desconhecem a história e o vínculo que têm com a África. Por meio da arte e de palestras, ajudo a combater a ignorância e a indiferença que muitos afro-descendentes têm com relação à nossa cultura.” Ao participar do “Revelando São Paulo”, os refugiados demonstram que já são parte da sociedade brasileira. “Fico feliz por estar reunido com tantos artistas brasileiros, compartilhando nossa arte e nossas aspirações. No mesmo local onde eles expõem sua cultura, eu exponho a do meu país”, afirma Tandu. Para o diretor artístico do “Revelando São Paulo”, Toninho Macedo, a participação dos refugiados angolanos tem um valor especial, pois a Organização Social Abaçaí, organizadora do evento, tem um vínculo histórico com a integração de refugiados em São Paulo. “No final dos anos 70, a Abaçaí recebia refugiados do Chile, da Argentina e do Uruguai para mitigar a dor da solidão por meio da música e da dança”, afirma. Para ele, a participação de Tandu e Bantu no evento é uma prova de que São Paulo é uma cidade de oportunidades, capaz de acolher e integrar aqueles que nela chegam para começar uma nova vida. “Muito do que está sendo exibido aqui no festival é uma herança da cultura africana”, comenta o diretor. Bantu e Tandu expõem seus trabalhos em um stand organizado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e pela Cáritas Arquidiocesana de São Paulo, que é parceria da agência no projeto de assistência e proteção a refugiados na cidade. Embora já trabalhassem com arte na Angola, recomeçar em outro país não foi fácil. Eles tiveram dificuldades financeiras para se manter em São Paulo e para exercer suas atividades artísticas. Ambos foram apoiados pela Cáritas e pelo ACNUR e, graças ao seu esforço individual, conseguiram vencer as dificuldades. “Viver de arte no Brasil é difícil, você tem que fazer um nome, mas devagar vou levando a vida. Assim que cheguei, retomei meu trabalho como artista plástico. Com a ajuda da Cáritas e do ACNUR, comprarei o material básico para voltar a pintar. Também entrei em contato com artistas brasileiros que me apoiaram muito”, diz Tandu. O ACNUR foi criado em 1950 para proteger e assistir às vítimas de perseguição, intolerância e violência. Atualmente, mais de 35 milhões de pessoas estão sob seu mandato, entre solicitantes de refúgio, refugiados, apátridas, deslocados internos e repatriados. Por meio do projeto implementado com a Cáritas Arquidiocesana de São Paulo, atende atualmente cerca de 1,8 mil pessoas. De acordo com as estatísticas do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE) referentes a julho deste ano, o país abriga cerca de 4.300 refugiados de 78 nacionalidades diferentes. A maioria é proveniente da África (65%), seguida pela região das Américas (22,16%), da Ásia (10,41%) e da Europa (2,27%). As nacionalidades com maior representatividade entre os refugiados reconhecidos são os angolanos (39,21%), colombianos (13,68%), congoleses (9,98%), liberianos (6,01%) e iraquianos (4,66%). Saiba mais sobre o “Revelando São Paulo” em www.abacai.org.br Janaína Galvão, em São Paulo Filed under: Uncategorized |
| Posted: 14 Sep 2010 06:57 PM PDT Fonte: ACNUR ![]() Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, e o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, durante a assinatura do Memorando de Entendimentos, em Genebra (Foto: J.Solchaga-Zubillaga/ ACNUR) O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e o governo brasileiro assinaram hoje, em Genebra, um Memorando de Entendimentos que formaliza o apoio do Brasil à assistência humanitária prestada pelo ACNUR em todo o mundo. Assinado pelo Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, e pelo Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, o documento prevê contribuições voluntárias do Brasil para os programas regulares do ACNUR, como também para atividades específicas em países afetados por desastres naturais, conflitos e insegurança alimentar e nutricional. As doações do Brasil ao ACNUR terão como base os Objetivos Estratégicos Globais da agência, conforme aprovado por seu Comitê Executivo. O Brasil também apoiará os programas de formação de oficiais do ACNUR (o chamado “Junior Professional Officer Programme”), permitindo que brasileiros ganhem experiência de trabalho na sede do ACNUR, em Genebra, e em escritórios de campo nas áreas de proteção e prestação de assistência humanitária em emergências. A primeira doação feita com base no Memorando de Entendimentos será anunciada ainda em 2010, para financiar atividades no próximo ano. A fonte destas doações será o orçamento do Ministério das Relações Exteriores. O apoio do Brasil à assistência humanitária prestada pelo ACNUR vem crescendo significativamente. Só neste ano, o governo do Brasil doou à agência da ONU para refugiados cerca de US$ 3,2 milhões – a maior entre os países da América Latina e Caribe, em toda a história do ACNUR. Os recursos estão beneficiando refugiados e deslocados internos em diferentes partes do mundo, como Sri Lanka, Haiti, Equador, Irã e Iraque, sendo usados nas áreas de alimentação, educação, abrigo e infra-estrutura, por meio de compras locais e, no caso da comida, de produtos oriundos da agricultura familiar. Durante a assinatura do Memorando de Entendimentos, o ministro Celso Amorim lembrou que “o Brasil tem uma das legislações mais avançadas do mundo a respeito dos refugiados, acolhe nacionais de mais de 50 países e agora está se transformando em um dos principais doadores do ACNUR”. Por sua vez, o Alto Comissário da ONU para Refugiados ressaltou a importância da parceria com o Brasil devido à sua lei avançada, sua postura positiva em relação à proteção de refugiados e solicitantes de refúgio e, a partir de agora, seu apoio às operações globais do ACNUR. “Quero expressar meu reconhecimento e gratidão”, assinalou António Guterres. O ACNUR foi criado em 1950 para proteger e assistir às vítimas de perseguição, intolerância e violência. Atualmente, mais de 35 milhões de pessoas estão sob seu mandato, entre solicitantes de refúgio, refugiados, apátridas, deslocados internos e repatriados. É uma das maiores agências humanitárias do mundo e já recebeu duas vezes o Prêmio Nobel da Paz (1954 e 1981). No Brasil, atua em parceria com o Poder Público federal, estadual e municipal, com o setor privado e com a sociedade civil organizada. De acordo com as estatísticas do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE) referentes a julho deste ano, o país abriga cerca de 4.300 refugiados de 78 nacionalidades diferentes. A maioria é proveniente da África (65%), seguida pela região das Américas (22,16%), da Ásia (10,41%) e da Europa (2,27%). As nacionalidades com maior representatividade entre os refugiados reconhecidos são os angolanos (39,21%), colombianos (13,68%), congoleses (9,98%), liberianos (6,01%) e iraquianos (4,66%). |



