Roberto Abraham Scaruffi

Thursday, 3 June 2010

Posted: 02 Jun 2010 11:53 AM PDT
Fonte: Globo.com
Por Leandro Canônico
Robert Mugabe, ditador presidente do Zimbábue (Foto: Reuters)
Andrew Namagugu e Mary Siduduzile são os nomes fictícios de dois jovens que moram na África do Sul. Refugiados da ditadura no Zimbábue, onde o Brasil fará amistoso contra a seleção local na quarta-feira, eles preferem adotar pseudônimos com medo de retaliações do governo de Robert Mugabe, há 30 anos ininterruptos no poder.
Na verdade, eles são apenas dois dos mais de três milhões de refugiados zimbabuanos que vivem atualmente no país da Copa do Mundo. Mas suas histórias certamente são semelhantes às de muitos deles. Até porque a maioria está na África do Sul por não concordar com o regime governamental de Mugabe.
- Não coloque meu nome nessa matéria. Se eles souberem que estou aqui vão me matar – pediu Andrew Namagugu, garçom em um restaurante de Joanesburgo, fazendo um sinal de arma na cabeça.

Antiga Rodésia, o Zimbábue se tornou independente de Grã-Bretanha em 1980. Seu primeiro presidente, aliás, foi Mugabe.  E ele nunca mais saiu. A partir dos anos 90, o ditador sustenta no país um governo de partido único, que age severamente contra os seus opositores.
Há três anos na África do Sul, Andrew deixou o seu país de origem junto de sua esposa. Ele não aguentava mais passar fome e ver seus amigos sumirem sem explicação alguma da polícia local. Na verdade, ele tem certeza de que todos estão mortos. Mas ao menos comemora o fato de estar vivo ao lado da mulher.
- Eu perdi muitos amigos no Zimbábue. Eles simplesmente desapareceram. Sei que estão mortos, e isso é triste demais. Vim para África do Sul para conseguir o que comer e ainda mandar dinheiro para os meus pais. Até agora está dando certo – declarou o garçom, que ganha aproximadamente US$ 300 por mês.
Mary Siduduzile também resolveu abandonar Harare, capital do Zimbábue, depois de perder parentes por conta da briga política no país. Todos eles eram membros do Movimento de Mudança Democrática (MDC). Mas o que mais chamou a atenção de Mary foi ver o seu vizinho ser torturado por policiais.
- Eu escutei uns gritos e fui olhar na janela. Quando percebi, os policiais do Mugabe estavam queimando as palmas das mãos e as solas dos pés do meu vizinho. Foi triste. Mas pelo menos ele conseguiu sobreviver e atualmente vive protegido pelo partido, que tem muito dinheiro. É por isso que Mugabe tem medo do partido – explicou.
Um dos principais temores de Mary era sofrer abuso sexual dos homens de Mugabe. Segundo ela, era mais do que normal em Harare as mulheres serem violentadas.
- Eu trabalhava o dia inteiro, ia para casa no final da tarde e não saía mais. Era comum abuso sexual. Os policiais observam as pessoas na rua com a camisa do MDC, marcam a casa delas e vão depois da meia-noite acertar contas – disse Mary, que também trabalha como garçonete em Joanesburgo.
É verdade que Andrew vive bem melhor na África do Sul do que no Zimbábue. Mas é na capital Harare que estão os motivos de tanta luta por uma vida melhor.

Logo do MDC, principal oposição a Mugabe (Foto: Divulgação)
- Eu e minha esposa tivemos gêmeos, um casal, mas como não temos dinheiro para contratar babá, eu levei as crianças de volta ao Zimbábue e lá meus pais cuidam delas. A saudade é grande, mas meu projeto é juntar dinheiro, voltar para lá e dar uma vida melhor a todos eles – declarou o garçom zimbabuano.
Vale destacar que para atravessar a fronteira da África do Sul com o Zimbábue, o rapaz de 26 anos precisou se arriscar entre os severos policiais zimbabuanos.
Andrew, Mary e a maioria dos refugiados do Zimbábue que vivem na África do Sul costumam trabalhar em restaurantes. É uma boa para os empregados e também para eles, que não sofrem com a imigração. Só que o difícil é conviver com a ausência da família e das pessoas mais próximas. A solidão é um fardo.
- Sou só eu e minha esposa aqui. Não temos mais ninguém – resume o garçom.
Ainda segundo Andrew, a maioria dos refugiados do Zimbábue vive em condições precárias na África do Sul, embora melhores do que em Harare. Muitas vezes em favelas e outras tantas dividindo pequenas casas com dezenas de outras pessoas. Antigamente, eles até moravam em Soweto, mas saíram de lá por conta de conflitos com os sul-africanos, por causa de xenofobia.

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Posted: 02 Jun 2010 11:37 AM PDT
Durante as duas semanas que passaram nos alpes europeus durante o período de preparação para a Copa, os jogadores da Coreia do Norte foram alertados de que não teriam nenhuma chance de serem recebidos como refugiados políticos pelos governos da Áustria ou da Suíça, se optassem por escapar da concentração.


O governo norte-coreano os informou de que fechou um acordo para que asilos políticos não fossem oferecidos aos jogadores que tentassem fugir. A assessoria de imprensa do governo suíço se recusou a fazer comentários sobre a informação, mas não a desmentiu.
A escolha dos Alpes como local de treinamento foi feita para garantir que os jogadores se habituassem com a altitude sul-africana, mas o local também era o ideal para evitar fugas


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