Roberto Abraham Scaruffi

Friday, 24 September 2010

Posted: 22 Sep 2010 08:50 PM PDT
O Datafolha publicou na noite desta quarta-feira (22), mais uma pesquisa de intenção de voto para a Presidência da República. Na média nacional, segundo o levantamento, a candidata petista Dilma Rousseff tem 49%, contra 28% do tucano José Serra e 13% de Marina Silva (PV).
Além dos números gerais, o Datafolha também calculou o percentual alcançado pelos candidatos em segmentos do eleitorado como sexo e nas regiões do país. O quadro ao lado mostra as taxas de intenção de voto de Dilma, Serra e Marina nas últimas seis pesquisas realizadas pelo instituto.

Eleitorado masculino e feminino


Entre os eleitores do sexo masculino, Dilma aparece com 52% das intenções de voto, contra 28% de Serra e 12% de Marina.
Já entre as mulheres, a petista tem 47%, o tucano, 28%, e Marina, 14%.

Por região


No Norte/Centro-Oeste, Dilma caiu três pontos percentuais, de 49% para 46%; Serra subiu de 28% para 30%, e Marina, de 13% para 16%.
No Sudeste, Dilma caiu dois pontos percentuais: de 46% para 44%; Serra subiu de 29% para 30%, e Marina foi de 14% para 16%.
No Sul, todos os três candidatos subiram um ponto percentual: Dilma foi de 42% para 43%; Serra, de 34% para 35%, e Marina, de 9% para 10%.
No Nordeste, Dilma caiu 2 pontos percentuais, de 65% para 63%; Serra subiu dois; de 18% para 20%, o mesmo acontecendo com Marina, que foi de 7% para 9%.

Sobre a pesquisa


Considerando a margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou para menos, Dilma pode ter de 47% a 51%. Serra pode ter de 26% a 30%, e Marina, de 11% a 15%.
Dentre os outros candidatos – Eymael (PSDC), Ivan Pinheiro (PCB), Levy Fidelix (PRTB), Plínio (PSOL), Rui Costa Pimenta ( PCO) e Zé Maria (PSTU) – nenhum atingiu 1% das intenções de voto. De acordo com a pesquisa, brancos e nulos somaram 3%, e indecisos, 5%.
O Datafolha ouviu 12.294 eleitores em 444 municípios entre os dias 20 e 21 de setembro. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal "Folha de S.Paulo". A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 31330/2010.

Fonte: G1

Posted: 22 Sep 2010 08:45 PM PDT


O vídeo acima, levado ao Youtube nesta terça (21), aponta para a existência de um novo mensalão, dessa vez no Mato Grosso do Sul. A peça foi gravada em 12 de junho pelo secretário de Governo do município de Dourados, Eleandro Passaia.

Ele usou uma câmera escondida. Em primeiro plano, aparece nas imagens o deputado estadual Ary Rigo (PSDB), primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

Sem saber que estava sendo filmado, o tucano Rigo discorre sobre um esquema de rateio de verbas. Conta que parte do dinheiro repassado pelo governo estadual para o custeio do legislativo era “devolvido” ao governador André Puccinelli (PMDB).

Há mais: repassava dinheiro também para deputados. Há pior: em troca de proteção, distribuía mesadas a autoridades do Judiciário e do Ministério Público do Estado. A certa altura, o deputado tucano reclama de uma mudança que fez minguar o caixa disponível para a partilha.

“Pra você ter ideia, nós devolvíamos R$ 2 milhões em dinheiro pro André [Puccinelli], R$ 900 [mil] nós dávamos pros desembargadores do Tribunal de Jutiça e R$ 300 [mil] pro Ministério Público. Cortou tudo. Nós vamos devolver R$ 6 milhões pro governo”.

O aumento da “devolução” fez minguar o montante supostamente destinado ao mensalão. Ouça-se Ary Rigo: “Lá na Assembléia, nenhum deputado ganhava menos de R$ 120 mil. Agora, os deputados vão ter que se contentar com R$ 42 [mil]”.

Há na Assembléia de Mato Grosso do Sul 24 deputados, dos quais 20 integram a bancada que dá suporte à gestão de Puccinelli. Em notícia veiculada na edição da Folha desta quarta (22), os repórteres Sílvia Frias e Graciliano Rocha contam o seguinte:

1. Eleandro Passaia, o secretário de Dourados que gravou, na surdina, o deputado Ary Rigo, agia sob orientação da Polícia Federal.

2. O vídeo exposto lá no alto é apenas um pedaço da cinemateca. Além de reuniões com políticos, gravou-se o pagamento de propina ao prefeito de Dourados.

3. O prefeito se chama Ari Artuzi. Antes das investigações, estava filiado ao PDT. Foi expulso.

4. As fitas do secretário Passaia deram origem à Operação Uragano. Foram presos, em 1º de setembro, o prefeito, secretários e vereadores de Dourados.

Repare que, no início da gravação lá do alto, Rigo menciona uma reunião que manteve com um assessor de um certo “Londres”.

Vem a ser o deputado estadual Londres Machado (PR), ex-presidente da Assembléia. Rigo conta que também participou do encontro um personagem chamado “Claudionor”. Seria o desembargador Claudionor Abss Duarte, do Tribunal de Justiça do Estado.

Pois bem. Ary Rigo relata que, durante a reunião, foi informado, pelo telefone, sobre um “zumzum” de que “o Artuzi vai ser preso”. Referia-se a Ari Artuzi, o prefeito de Dourados. Seria detido em junho, antes da deflagração da operação da PF.

“Há meia hora atrás ia [ser preso], agora não vai mais”, diz o deputado Rigo no vídeo. Ele repete que o desembargador Claudionor tomava parte da reunião.

Noutro trecho da conversa, Ary Rigo queixa-se do prefeito Artuzi, que não lhe seria grato pelo esforço que empreendera para socorrê-lo.

“O André [Puccinelli] tá puto com ele. Sabe por quê? Por que ele dizia que eu e o André queríamos foder ele, quando nós tiramos ele da cadeia pô. Ah, para com isso pô. Você dá R$ 300 mil por mês no Ministério Público, seguramos tudo. [...] E ele dizendo que eu e o André estávamos fodendo ele. Você acha que é fácil?”

Ouvido sobre a encrenca, nesta terça (21), o governador Puccinelli, que concorre à reeleição, deu de ombros: “Não vi [o vídeo] nem estou preocupado. Pergunte para o Rigo”.

Ary Rigo, o deputado que foi gravado sem saber, falou por meio do advogado, Carlos Marques. Disse que a distribuição de verbas mencionada por seu cliente na conversa de junho não se refere a propina. Seriam repasses institucionais da Assembléia.

“Eles, da Assembléia, estão economizando e repassando para o governo. Os repasses eram institucionais”, disse o advogado.

E quanto à mesada dos deputados? “Ele se referiu a quanto custa o gabinete do deputado, salário, verbas de gabinete, verba indenizatória. Ele não sacava o dinheiro e dava. Não existe isso”.

Em nota, o Tribunal de Justiça afirmou que os repasses recebidos do governo do Estado são previstos em lei, contabilizados e publicados no ‘Diário da Justiça’ e no Portal da Transparência da instituição.
No texto, assinado pelo desembargador Paulo Alfeu Puccinelli, o tribunal informa qie “interpelará judicialmente o denununciado.

Fonte: Ex Bancário

Posted: 22 Sep 2010 08:34 PM PDT
Por Altamiro Borges *

Numa minuciosa pesquisa aos editais publicados no Diário Oficial, o blog descobriu o que parece ser um autêntico "mensalão" pago pelo tucanato ao Grupo Abril e a outras editoras. Veja algumas das mamatas:

- DO [Diário Oficial] de 23 de outubro de 2007. Fundação Victor Civita. Assinatura da revista Nova Escola, destinada às escolas da rede estadual. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 408.600,00. Data da assinatura: 27/09/2007. No seu despacho, a diretora de projetos especial da secretaria declara ‘inexigível licitação, pois se trata de renovação de 18.160 assinaturas da revista Nova Escola’.

- DO de 29 de março de 2008. Editora Abril. Aquisição de 6.000 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 2.142.000,00. Data da assinatura: 14/03/2008.

- DO de 23 de abril de 2008. Editora Abril. Aquisição de 415.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 30 dias. Valor: R$ 2.437.918,00. Data da assinatura: 15/04/2008.

- DO de 12 de agosto de 2008. Editora Abril. Aquisição de 5.155 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 1.840.335,00. Data da assinatura: 23/07/2008.

- DO de 22 de outubro de 2008. Editora Abril. Impressão, manuseio e acabamento de 2 edições do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 4.363.425,00. Data da assinatura: 08/09/2008.

- DO de 25 de outubro de 2008. Fundação Victor Civita. Aquisição de 220.000 assinaturas da revista Nova Escola. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 3.740.000,00. Data da assinatura: 01/10/2008.

- DO de 11 de fevereiro de 2009. Editora Abril. Aquisição de 430.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 2.498.838,00. Data da assinatura: 05/02/2009.

- DO de 17 de abril de 2009. Editora Abril. Aquisição de 25.702 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 608 dias. Valor: R$ 12.963.060,72. Data da assinatura: 09/04/2009.

- DO de 20 de maio de 2009. Editora Abril. Aquisição de 5.449 assinaturas da revista Veja. Prazo: 364 dias. Valor: R$ 1.167.175,80. Data da assinatura: 18/05/2009.

- DO de 16 de junho de 2009. Editora Abril. Aquisição de 540.000 exemplares do Guia do Estudante e de 25.000 exemplares da publicação Atualidades - Revista do Professor. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 3.143.120,00. Data da assinatura: 10/06/2009.

Negócios de R$ 34,7 milhões

Somente com as aquisições de quatro publicações "pedagógicas" e mais as assinaturas da Veja, o governo tucano de José Serra transferiu, dos cofres públicos para as contas do Grupo Civita, R$ 34.704.472,52 (34 milhões, 704 mil, 472 reais e 52 centavos). A maracutaia é tão descarada que o Ministério Público Estadual já acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola.

Esta "comprinha" representa quase 25% da tiragem total da revista Nova Escola e injetou R$ 3,7 milhões aos cofres do ‘barão da mídia’ Victor Civita. Mas este não é o único caso de privilégio ao Grupo Abril. O tucano Serra também apresentou proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições encalhadas do ‘Guia do Estudante’, outra publicação do grupo.

* Jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB - Partido Comunista do Brasil