Posted: 30 Jun 2010 12:45 PM PDT
Fonte: Terra
A Somália aparece na primeira posição da edição deste ano do ranking de Estados falidos elaborada pelo revista americana Foreign Policy e pelo Funda para a Paz das Nações Unidas. Este é o terceiro ano consecutivo que o país africano lidera a lista, divulgada desde 2005.
Segundo o Foreign Policy, o ranking deste ano foi feito a partir da análise de 90 mil fontes públicas sobre 177 países, que foram avaliados de acordo com 12 critérios, que incluem o impacto da saída de refugiados na economia, violação de direitos humanos, ameaças de segurança, etc.
Nos seis anos de existência da lista, 15 países já apareceram nas dez primeiras posições. Confira o Top 10 deste ano:
1) Somália
A Somália ficou em primeiro lugar ao somar 114.3 pontos de um total de 120 possíveis. De acordo com a FP, o país registrou outro ano de caos e ausência de leis, com piratas ocupando a costa do país e militantes islâmicos as ruas da capital Mogadíscio. Em 2009, piratas lucraram US$ 89 milhões com o pagamento de resgates.
2) Chade
O Chade ficou em segundo lugar com 113,3 pontos. Entre os principais problemas do país, a reportagem aponta que um conflito tribal obrigou aproximadamente 200 mil pessoas a deixarem suas casas e que o governo “paranóico” do presidente Idriss Déby tem aumentado os índices de miséria no país. Déby é acusado de prender opositores e redirecionar recursos de ajuda humanitária para o Exército.
3) Sudão
Na terceira posição, com 111,8 pontos, o Sudão vive às voltas com uma das piores crises humanitárias da atualidade, o sangrento conflito na região de Darfur. Segundo a FP, este ano será decisivo para o país à medida que o Sudão do Sul, onde se concentram as maiores fontes de petróleo da nação, realizará referendo em janeiro de 2011 para decidir se continuará uma região autônoma ou proclamará sua independência.
4) Zimbábue
Zimbábue ocupa a quarta colocação no ranking com 110,2. Segundo a FP, a vida no país melhorou consideravelmente após o presidente Robert Mugabe, que governa desde 1980, aceitar dividir o poder com o opositor Morgan Tsvangirai, o atual primeiro-ministro, em fevereiro de 2009. Contudo, Mugabe e Tsvangirai estariam operando de forma independente entre si, o que resulta em poucos avanços em relação à expropriação de terras, prisão de opositores e liberdade de imprensa, entre outras coisas.
5) República Democrática do Congo
A RDC aparece em quinto lugar ao somar 109,9 pontos. A reportagem aponta que o país, apesar de possuir uma das mais abundantes reservas minerais do mundo, sofre historicamente com exploração de suas riquezas, que iniciou com os belgas e hoje segue disputada pelo Exército e grupos rebeldes. Um levantamento da organização International Rescue Committee indica que 5,4 milhões de pessoas morreram em conflitos no país desde 1998.
6) Afeganistão
O primeiro país não africano na lista é o Afeganistão, que somou 109,3 pontos. A FP aponta que o frágil e fragmentado governo do presidente Hamid Karzai, reeleito em agosto de 2009 em uma eleição marcada por suspeitas de fraude, tem prejudicado os esforços da Otan no combate ao Talibã e que dificilmente conseguirá ser cumprida a meta de retirada das tropas internacionais do país no meio do ano que vem.
7) Iraque
Logo após o Afeganistão, aparece outro país ocupado por forças internacionais, o Iraque, que somou 107,3 pontos. De acordo com a FP, 2 milhões de pessoas deixaram o país devido aos conflitos que sucederam a queda de Saddam Hussein e muitos deles ainda não retornaram. E, apesar de a violência ter diminuído, o país continua polarizado entre disputas étnicas e religiosas. A reportagem aponta que as recentes eleições parlamentares iraquianas foram uma das mais transparentes do mundo árabe, mas foram marcadas por uma série de atentados suicidas.
República Centro Africana
A República Centro Africana ocupa a oitava posição do ranking com 106,4 pontos. De acordo com o texto da FP, a violência no país deveria ter diminuído após os acordos de paz assinados entre rebeldes e governo em 2007 e 2008. Contudo, o país ainda sofre com conflitos e atualmente estaria abrigando o violento grupo rebelde africano Lord’s Resistance Army, expulso de Uganda. A FP também afirma que o presidente François Bozizé, que chegou ao poder após um golpe militar em 2003, é acusado de utilizar grande parte dos recursos do país em benefício próprio.
9) Guiné
A nona posição é ocupada pela Guiné, um pequeno país no oeste da África, que somou 105 pontos. Um conflito pelo poder tomou conta do país após a morte do então presidente em dezembro de 2008, que foi sucedida por um golpe comandado por soldados renegados, que nomearam Moussa Dadis Camara como novo governante. Em setembro de 2009, militares massacraram 150 opositores em um estádio. Um mês mais tarde, Camara foi baleado por um guarda-costas e abandonou o país para buscar tratamento médico. O vice-presidente, Sékouba Konaté, assumiu o poder e nomeou um premiê civil. O país realizou eleições para eleger um governo permanente em 27 de junho.
10) Paquistão
Fechando o Top 10, com 102,5 pontos, aparece o Paquistão, que segundo a FP é considerado por alguns como o país mais perigoso do mundo. A região norte do país abriga insurgentes do Talibã paquistanês e provavelmente da Al-Qaeda, enquanto outros grupos militantes atuam em áreas urbanas. Mais de 3 milhões de pessoas ficaram desabrigadas devido a operações de contra-insurgência em 2009. Segundo a reportagem, outro problema do país é a dificuldade do governo democrático do presidente Asif Ali Zardari em conseguir assumir qualquer tipo de comando civil sobre o Exército, que seria obcecado por entrar em guerra com a Índia e é acusado de financiar talibãs afegãos.
A Somália aparece na primeira posição da edição deste ano do ranking de Estados falidos elaborada pelo revista americana Foreign Policy e pelo Funda para a Paz das Nações Unidas. Este é o terceiro ano consecutivo que o país africano lidera a lista, divulgada desde 2005.
Segundo o Foreign Policy, o ranking deste ano foi feito a partir da análise de 90 mil fontes públicas sobre 177 países, que foram avaliados de acordo com 12 critérios, que incluem o impacto da saída de refugiados na economia, violação de direitos humanos, ameaças de segurança, etc.
Nos seis anos de existência da lista, 15 países já apareceram nas dez primeiras posições. Confira o Top 10 deste ano:
1) Somália
A Somália ficou em primeiro lugar ao somar 114.3 pontos de um total de 120 possíveis. De acordo com a FP, o país registrou outro ano de caos e ausência de leis, com piratas ocupando a costa do país e militantes islâmicos as ruas da capital Mogadíscio. Em 2009, piratas lucraram US$ 89 milhões com o pagamento de resgates.
2) Chade
O Chade ficou em segundo lugar com 113,3 pontos. Entre os principais problemas do país, a reportagem aponta que um conflito tribal obrigou aproximadamente 200 mil pessoas a deixarem suas casas e que o governo “paranóico” do presidente Idriss Déby tem aumentado os índices de miséria no país. Déby é acusado de prender opositores e redirecionar recursos de ajuda humanitária para o Exército.
3) Sudão
Na terceira posição, com 111,8 pontos, o Sudão vive às voltas com uma das piores crises humanitárias da atualidade, o sangrento conflito na região de Darfur. Segundo a FP, este ano será decisivo para o país à medida que o Sudão do Sul, onde se concentram as maiores fontes de petróleo da nação, realizará referendo em janeiro de 2011 para decidir se continuará uma região autônoma ou proclamará sua independência.
4) Zimbábue
Zimbábue ocupa a quarta colocação no ranking com 110,2. Segundo a FP, a vida no país melhorou consideravelmente após o presidente Robert Mugabe, que governa desde 1980, aceitar dividir o poder com o opositor Morgan Tsvangirai, o atual primeiro-ministro, em fevereiro de 2009. Contudo, Mugabe e Tsvangirai estariam operando de forma independente entre si, o que resulta em poucos avanços em relação à expropriação de terras, prisão de opositores e liberdade de imprensa, entre outras coisas.
5) República Democrática do Congo
A RDC aparece em quinto lugar ao somar 109,9 pontos. A reportagem aponta que o país, apesar de possuir uma das mais abundantes reservas minerais do mundo, sofre historicamente com exploração de suas riquezas, que iniciou com os belgas e hoje segue disputada pelo Exército e grupos rebeldes. Um levantamento da organização International Rescue Committee indica que 5,4 milhões de pessoas morreram em conflitos no país desde 1998.
6) Afeganistão
O primeiro país não africano na lista é o Afeganistão, que somou 109,3 pontos. A FP aponta que o frágil e fragmentado governo do presidente Hamid Karzai, reeleito em agosto de 2009 em uma eleição marcada por suspeitas de fraude, tem prejudicado os esforços da Otan no combate ao Talibã e que dificilmente conseguirá ser cumprida a meta de retirada das tropas internacionais do país no meio do ano que vem.
7) Iraque
Logo após o Afeganistão, aparece outro país ocupado por forças internacionais, o Iraque, que somou 107,3 pontos. De acordo com a FP, 2 milhões de pessoas deixaram o país devido aos conflitos que sucederam a queda de Saddam Hussein e muitos deles ainda não retornaram. E, apesar de a violência ter diminuído, o país continua polarizado entre disputas étnicas e religiosas. A reportagem aponta que as recentes eleições parlamentares iraquianas foram uma das mais transparentes do mundo árabe, mas foram marcadas por uma série de atentados suicidas.
República Centro Africana
A República Centro Africana ocupa a oitava posição do ranking com 106,4 pontos. De acordo com o texto da FP, a violência no país deveria ter diminuído após os acordos de paz assinados entre rebeldes e governo em 2007 e 2008. Contudo, o país ainda sofre com conflitos e atualmente estaria abrigando o violento grupo rebelde africano Lord’s Resistance Army, expulso de Uganda. A FP também afirma que o presidente François Bozizé, que chegou ao poder após um golpe militar em 2003, é acusado de utilizar grande parte dos recursos do país em benefício próprio.
9) Guiné
A nona posição é ocupada pela Guiné, um pequeno país no oeste da África, que somou 105 pontos. Um conflito pelo poder tomou conta do país após a morte do então presidente em dezembro de 2008, que foi sucedida por um golpe comandado por soldados renegados, que nomearam Moussa Dadis Camara como novo governante. Em setembro de 2009, militares massacraram 150 opositores em um estádio. Um mês mais tarde, Camara foi baleado por um guarda-costas e abandonou o país para buscar tratamento médico. O vice-presidente, Sékouba Konaté, assumiu o poder e nomeou um premiê civil. O país realizou eleições para eleger um governo permanente em 27 de junho.
10) Paquistão
Fechando o Top 10, com 102,5 pontos, aparece o Paquistão, que segundo a FP é considerado por alguns como o país mais perigoso do mundo. A região norte do país abriga insurgentes do Talibã paquistanês e provavelmente da Al-Qaeda, enquanto outros grupos militantes atuam em áreas urbanas. Mais de 3 milhões de pessoas ficaram desabrigadas devido a operações de contra-insurgência em 2009. Segundo a reportagem, outro problema do país é a dificuldade do governo democrático do presidente Asif Ali Zardari em conseguir assumir qualquer tipo de comando civil sobre o Exército, que seria obcecado por entrar em guerra com a Índia e é acusado de financiar talibãs afegãos.