Roberto Abraham Scaruffi

Tuesday 31 May 2011


Refugees United Brasil



Posted: 30 May 2011 06:59 AM PDT
Fonte: Jornal de Angola
Bienos preparam as condições de alojamento e reinserção social dos angolanos provenientes de quatro países (Foto: Domingos Cadência)
O governo provincial do Bié trabalha para a criação de condições para a receber os refugiados angolanos que vivem nos países vizinhos, garantiu ontem, no Cuito, o vice-governador para os serviços técnicos Andrade Adolfo.
O Bié vai receber 251 refugiados provenientes da República Democrática do Congo, Zâmbia, Botswana e Namíbia, além dos que passam pela província em trânsito para o Huambo, devido ao encerramento da pista do aeroporto local para obras de reabilitação.
Andrade Adolfo, que também faz parte da comissão criada para a recepção dos repatriados, disse que o governo provincial já identificou a área, em Samununga, onde vai ser construído o centro de trânsito para os angolanos regressados ao país. O governo provincial, afirmou, está trabalhando para criar condições básicas, como energia elétrica, água potável, saneamento básico e assistência médica, para receber os angolanos vindos dos países vizinhos.
O centro, adstrito à povoação do Kuquema, cerca de 12 quilômetros a oeste do Cuito, é construído numa área de 30 mil metros quadrados. Os trabalhos da construção do centro começam hoje, com a limpeza do local e divisões de limites.
O governo provincial criou recentemente uma comissão para a recepção e assistência dos angolanos provenientes dos países vizinhos, de forma a garantir condições técnicas, logísticas e materiais para o êxito da operação.
A comissão ora criada, liderada pelo governador Boavida Neto, é constituída pelos vice-governadores para área política e social, Afonso Assafe, e para organização e serviços técnicos, Andrade Adolfo, pela diretora da Assistência e Reinserção Social, Angélica Pinto, e pelo secretário do governo provincial, Avis Vieira. Também foram criadas subcomissões de logística e transportes, atividades sociais, assistência médica comunicação social e infraestruturas e saneamento.
A comissão e as subcomissões têm, entre outras tarefas, a qualificação e identificação dos meios de transportes, aprovisionamento dos bens alimentares e não alimentares, registos de crianças e atribuição de cédulas de nascimento e sensibilização sobre o perigo de minas e sua sinalização.
Além disso, as autoridades da província do Bié providenciam assistência médica e medicamentosa e sensibilizam os regressados sobre o perigo do HIV/AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, limpeza e instalação do centro, construção de latrinas e de pontos de água potável e montagem de tendas familiares.


Filed under: Notícias
Posted: 30 May 2011 06:37 AM PDT
Fonte: Zero Hora
Por Léo Gerchmann

Dos 430 refugiados que vieram para o Brasil, 220 tiveram o Estado como destino

Dados recentes do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) mostram que, dos 430 refugiados reassentados no Brasil, 220 – mais da metade – estão distribuídos em 15 municípios do Rio Grande do Sul.
Trata-se de pessoas que se viram obrigadas a deixar seus países e que, depois, não se adaptaram ao país para onde foram, tendo de escolher um terceiro lar – e o Estado tem se tornado um polo a atraí-las.
O universo total de refugiados no Brasil é de 4.401 (3.971 pessoas que têm no país seu primeiro destino e 430 reassentados). Desse número de 3.971, porém, não há uma apuração com a distribuição exata. De qualquer forma, também nesse universo mais amplo, o Rio Grande do Sul apareceria com destaque, ladeando Rio de Janeiro e São Paulo.
E um detalhe importante: se você é neto de pessoas que vieram ao Brasil fugindo de perseguições, saiba que, tecnicamente, esse seu ascendente não é imigrante – ele é refugiado, nomenclatura usada pelo Acnur apenas a partir de 1951.
O diagnóstico é que o Estado, ao mesmo tempo em que abriga manifestações isoladas de racismo, tem, no coletivo, um sentimento de receptividade e compreensão quanto aos anseios de quem chega disposto a produzir e ser assimilado.
— O Rio Grande do Sul tem sido o Estado mais acolhedor e sensível a questões de fundo político que afastam as pessoas de seus lares. Porto Alegre é considerada uma “cidade solidária”. O exemplo mais significativo é o dos palestinos que, certa vez, flagrados fazendo compras em um supermercado, foram aplaudidos.
Essa solidariedade é importante – assinala, em resposta a Zero Hora, por videoconferência, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, que preside o Comitê Nacional para Refugiados (CONARE).