Refugees United Brasil
|
- Garoto de vídeo histórico de Srebrenica relembra encontro com Mladic
- Milhões de crianças deixam a sua casa por causa dos conflitos
- ACNUR alerta para mais deslocamentos na região sudanesa de Abyei
|
Posted: 01 Jun 2011 06:34 AM PDT
Fonte: G1
![]()
Comandante
do Exército servo-bósnio, Ratko Mladic, toca no rosto de garoto
muçulmano Izudin Alic ao garantir a pessoas em Srebrenica que estavam
seguros (12/07/1995) (Foto: AP)
Hoje com 24 anos, Izudin Alic ganhou afago e chocolate de ex-comandante servo-bósnio antes de massacre de 8 mil muçulmanos em 1995O vídeo horrorizou o mundo: um sorridente Ratko Mladic afagando um garoto muçulmano na cabeça em 1995 e assegurando a ele e a todos na área de Srebrenica de que estariam a salvo – poucas horas antes de inspecionar o assassinato de até 8 mil homens e meninos.O garoto na gravação atualmente é um homem de 24 anos. Ele relembra o dia ensolarado que se encontrou com o comandante servo-bósnio que agora enfrenta acusações de genocídio. “Tinha 8 anos e não sabia o que estava acontecendo ou quem era Ratko Mladic,” disse Izudin Alic em uma entrevista exclusiva à Associated Press. Mladic, agora com 69 anos, foi capturado na semana passada por agentes da inteligência sérvia depois de 16 anos foragido. Mladic foienviado à Holanda nesta terça-feira, horas depois de juízes terem rejeitado uma apelação para impedir sua extradição. Em 1995, Alic estava entre milhares de muçulmanos bósnios que buscaram proteção da ONU em Srebrenica. Naquela tarde de julho, ele se uniu a outras crianças em um campo gramado onde ouviram dizer que um soldado importante estava distribuindo chocolates. “Fui lá com outras crianças e peguei aquela barra de chocolate de Ratko Mladic,” disse Alic, um homem esguio com olhos fundos. “Ele me perguntou meu nome e disse Izudin. Não senti medo. Apenas pensava no chocolate.” O avô de Alic o havia proibido de ir até o local, mas ele se esgueirou para fora da fábrica onde a família se escondia porque não pôde resistir à atração de ganhar o doce. Enquanto ele o devorava com gratidão, seu pai era caçado por homens de Mladic em florestas vizinhas. Seu pai, Sahzet, havia fugido na noite anterior com 15 mil outros homens de Srebrenica, caminhando por montanhas e campos minados. Os soldados de Mladic logo os alcançaram. “Ele foi encontrado anos depois em uma vala comum”, disse Alic, folheando um álbum de fotografias em um jardim em frente de sua casa. A gravação que mostra Mladic afagando Alic na cabeça causou uma revolta mundial pelo contraste entre a benevolência fingida e a realidade do massacre que viria posteriormente. Mladic é visto entre os refugiados bósnios, prometendo com um sorriso uma retirada enquanto seus soldados entregavam chocolates às crianças. No vídeo, Mladic pergunta a idade a Alic, que responde: 12. Ele disse que mentiu por parecer mais velho, sem perceber os riscos. A vítima mais jovem conhecida de Srebrenica tinha 14. ![]()
Foto
de 01/09/1995 mostra ex-comandante servo-bósnio Ratko Mladic jogando
bilhar na cidade de Mali Zvornik, Iugoslávia (Foto: AP)
Quando as tropas sérvias alcançaram a base, um número insuficiente de tropas de paz holandesas mal equipadas nunca fizeram um único disparo, e os soldados de Mladic começaram a separar os homens para a execução. A família retornou para se estabelecer em Prohici, nos arredores de Srebrenica, poucos anos depois da guerra. Alic ganha a vida como trabalhador da construção civil e fazendo sanduíches em uma loja de fast-food. Ele frequentemente reza no túmulo de seu pai no memorial da cidade, onde milhares de vítimas de Mladic – retiradas de valas comuns – foram finalmente enterradas. Para Alic e sua família, algum consolo surgiu quando Mladic foi capturado na quinta-feira em uma vila a norte de Belgrado. “Fiquei contente”, disse Alic. “Ele deveria ser sentenciado à maior quantidade de anos possível. Ele matou meu pai, meu tio e tantas outras pessoas.” Filed under: Notícias |
|
Posted: 01 Jun 2011 06:17 AM PDT
Fonte: Fátima Missionária
Por E. Assunção No
norte da Etiópia, na cidade de Adrigat e arredores, multidões de seres
humanos ainda vivem em campos de refugiados. Com a guerra de fronteiras,
que terminou em 2000, tiveram de fugir da vizinha EritreiaAinda à procura de ultrapassar as consequências desastrosas da guerra, a Eritreia não alcançou a paz definitiva. Milhares de soldados continuam estacionados em ambos os lados da fronteira. Esta situação tem causado inúmeros problemas, como ter contribuído para aumentar os casos de AIDS na região. Os refugiados vivem em condições precárias, amontoados nos campos nos arredores da cidade de Adrigat. Desde há 40 anos, as religiosas da congregação das Piedosas Mestras Filipinas dirigem em Adrigat uma escola para crianças e um centro para a promoção da mulher. Nas duas instituições residem 24 meninas órfãs, de idades entre os 4 e os 18 anos. As crianças são protagonistas inocentes de conflitos que as separaram das suas famílias, a maior parte delas abandonadas e deixadas sós. Diante das enormes dificuldades de sobrevivência que as crianças enfrentam, as religiosas decidiram, em 2005, transformar as suas obras em casa de acolhimento para órfãos. Calcula-se que, em 2008, seriam cerca de 18 milhões, em todo o mundo, as crianças que tiveram de abandonar as suas casas como refugiadas ou desadaptadas, devidos aos conflitos de guerra. Estas crianças estão marcadas e condenadas a tornar-se vítimas sujeitas à violência, às doenças, à desnutrição e a outros males que lhes causam sofrimento e, frequentemente, conduzem a morte. A maioria delas passa fome, não tem escola e está privada do acesso aos cuidados de saúde ou à assistência humanitária. Filed under: Notícias |
|
Posted: 01 Jun 2011 06:05 AM PDT
Fonte: ACNUR Brasil
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) está preocupado com um possível aumento no número de pessoas deslocadas na região de Abyei, no Sudão. A nova onda de combates na área é a causa apontada para os prováveis deslocamentos. Uma semana após o início dos conflitos em Abyei, a situação de segurança continua delicada. A cidade vem sendo alvo de disputas entre autoridades do norte e do sul do país. A equipe do ACNUR no Sudão informou que Abyei foi praticamente esvaziada. Um terço dos tukuls (cabanas tradicionais) foi queimado. Outros foram saqueados e destruídos, ficando sem teto, portas e janelas. Segundo os funcionários da agência, alguns caminhões carregados de objetos saqueados foram vistos deixando a cidade. Um grande número de combatentes podia ser visto nas ruas na noite desta segunda-feira. “Os funcionários da ONU que visitaram a região na semana passada puderam ver uma corrente de civis indo em direção ao sul, passando Agok”, disse o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards, em coletiva de imprensa em Genebra nesta terça-feira. “Várias cidades ao sul de Abyei foram incendiadas. Muitas pessoas ficaram com medo de que Agok fosse a próxima a ser atacada”, completou. Até agora, aproximadamente 31 mil pessoas deslocadas foram registradas no estado de Warrap e outras 27 mil em Agok. Quantidades menores foram identificadas em estados vizinhos ao sul de Abyei. Algumas famílias foram separadas durante os combates. “Alguns deslocados disseram que muitas pessoas tiveram que se esconder na mata para evitar serem capturadas nos combates”, afirmou Edwards. Uma parte dos deslocados está vivendo com familiares, mas a maioria não tem ninguém a quem recorrer e precisa urgentemente de comida, abrigo, roupa e outros itens. “Atualmente, equipes de avaliação estão trabalhando para chegar às áreas que tiveram seu acesso dificultado devido à onda de insegurança e às fortes chuvas”, explicou o porta-voz do ACNUR. A agência da ONU para refugiados e seus parceiros estão trabalhando para localizar pessoas deslocadas na área e para identificar as mais vulneráveis entre elas. A equipe do ACNUR proporcionou aconselhamento psicológico para aquelas que estavam sofrendo algum tipo de trauma, e planeja levar as que não podem andar para locais mais seguros, onde possam receber os cuidados necessários. Agências de ajuda humanitária estão distribuindo os suprimentos de emergência disponíveis no momento, mas uma maior prestação de ajuda tem sido prejudicada pela insegurança na região. Antes do último conflito, Abyei era uma das principais cidades na rota de transporte da ajuda que chegava do norte para centenas de milhares de sudaneses deslocados no sul do país. Por Fatoumata Lejeune-Kaba em Genebra |



