Roberto Abraham Scaruffi

Thursday, 28 April 2011





Posted: 27 Apr 2011 07:53 AM PDT
Fonte: Liberta

A cada 60 segundos uma criança ou uma jovem mulher é traficada para exploração sexual ao redor do mundo. 
 A idade média de iniciação de crianças na exploração sexual é de 13 anos.
 Em âmbito mundial, existem hoje 28.4 milhões de pessoas vivendo em situação de escravidão e, anualmente, têm-se 500 mil novas vítimas.
Os dados são chocantes. Choca, ainda mais, quando se sabe que,  atualmente, existem mais escravos no mundo do que em qualquer outra época. E  a triste realidade que dá vida a esses números é o trafico de pessoas. Você já  parou pra pensar no assunto? Então, vamos lá.
Vertente da escravidão nos dias de hoje, o tráfico de pessoas é uma grave violação aos direitos humanos. Em sua complexidade, mantém estreita relação com o trabalho escravo e a exploração sexual, mesclando fatores de gênero, idade  e condição sócio-econômica.
O tráfico de pessoas é o negócio ilegal mais atraente entre todos, uma vez  que as vítimas podem ser vendidas inúmeras vezes, sem precisarem ser tratadas  ou cultivadas. E ainda é o crime que traz o menor risco para os envolvidos.
Lucrativo, movimenta anualmente US$ 31,6 bilhões, segundo a Organização  Internacional do Trabalho (OIT) e, para cada pessoa transportada de um país para o outro, o lucro pode chegar a US$ 30 mil por ano (dados do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crimes).
De acordo com o Ministério da Justiça do Brasil, o tráfico de pessoas é um fenômeno complexo e multidimensional. É uma das atividades mais antigas da  humanidade e é definido no Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em especial de mulheres e crianças, como “o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de  pessoas, recorrendo à ameaça ou o uso da força ou a outras formas de coação,  ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de  vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter  o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração”. Pelo Protocolo de Palermo são três as espécies de tráfico de  pessoas: o tráfico para fins de trabalho escravo, o tráfico para fins de exploração  sexual e o tráfico para fins de remoção de órgãos.
O Brasil, de acordo com a Secretaria Nacional de Justiça (2005), é  apontado como país de origem, trânsito e destino das vítimas do tráfico  internacional de pessoas, dado que revela a gravidade do problema e a urgência  em se adotar medidas preventivas e repressivas para o combate a esse crime, por  meio da atuação conjunta do Poder Público – o Brasil tem carência de políticas  públicas voltadas para combater a exploração sexual e o tráfico de órgãos – da  iniciativa privada – já que uma das perversidades é o trabalho escravo – e da  sociedade civil – que se choca, mas assiste inerte as estatísticas ganharem mais e  mais volume.
É importante, ainda, lembrar que no Brasil existe tanto o tráfico humano  transnacional onde as vitimas são levadas para fora do país, quanto o nacional  que ocorre dentro das nossas fronteiras, com o transporte das vítimas exploradas  entre cidades e estados.
A necessidade de sensibilizar acerca da gravidade do problema e combater  a imobilidade política, social e econômica que recai sobre ele, é que deu origem a  Liberta, uma organização sem fins lucrativos dedicada a conscientizar a  sociedade brasileira sobre a existência da escravidão moderna, combater o tráfico  humano e restaurar a dignidade das vitimas. Para isso organiza e coordena  investigações e operações de campo com o objetivo de encontrar, identificar e  resgatar homens, mulheres e crianças escravizados, prestando assistência para  segurança e reabilitação destas pessoas. O trabalho da organização tem o intuito  de utilizar o conhecimento adquirido em campo para quebrar a cadeia do tráfico e  melhor defender os direitos das vitimas. Conta com o apoio e a experiência de  especialistas internacionais da área.
Dedica-se a recuperar as vitimas da  escravização, promovendo a reinserção destas pessoas na sociedade. 
Apesar de recém nascida, a Liberta já deu seus primeiros passos  formando parcerias com o Ministério da Justiça e a Polícia Federal e iniciando a  sistematização de informações e dados para produzir uma radiografia atualizada  do tráfico de pessoas no país. Mas como se trata de uma iniciativa da sociedade civil, para desenvolver e implementar suas ações, conta com apoio e  financiamento da própria sociedade. Empresas, agentes públicos financiadores e  pessoas físicas podem contribuir para o cumprimento desta missão.

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Posted: 27 Apr 2011 07:17 AM PDT
Fonte: AFP
Refugiada líbia segura uma bandeira num acampamento na Tunísia perto da fronteira com a Líbia
Cerca de 30.000 líbios fugiram da região das Montanhas do Oeste da Líbia e passaram para a fronteira do sul da Tunísia nas últimas três semanas, informou nesta terça-feira o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).
Só na sexta-feira passada, 15.000 pessoas haviam passado por essa região.
“A maioria dos refugiados são bérberes e contaram que haviam fugido dos combates es bombardeios contra suas cidades e povoados nas Montanhas do Oeste”, declarou um porta-voz da agência da ONU, Andrej Mahecic, durante encontro com a imprensa.
“As cidades de Nalut e Wazin foram completamente abandonadas. Restam, apenas, alguns homens; as mulheres e as crianças já saíram de lá”, destacou.
No leste da Líbia, um avião contratado pelo Acnur pousou nesta segunda-feira em Benghazi, levando a bordo material de ajuda humanitária. Trata-se do primeiro avião humanitário da ONU a aterrissar em Benghazi desde que começou o conflito.
O carregamento compreendia, em particular, hospitais de campanha, utensílios de cozinha e barracas, assim como veículos e equipamentos para o Acnur, com a perspectiva da abertura de um escritório em Benghazi, em relação com outras agências da ONU.

Filed under: Notícias
Posted: 27 Apr 2011 07:11 AM PDT
Fonte: Fátima Missionária
Por Cristina Santos

A guerra na Líbia levou dezenas de milhar de pessoas a fugir para os países vizinhos. O Níger, que integra a lista de países mais pobres do mundo, enfrenta com dificuldades o regresso de milhares de cidadãos
O  Níger pediu ajuda à comunidade internacional para fazer face ao afluxo de refugiados vindos da Líbia. Cerca de 57 mil africanos abandonaram o país de Muammar Kadahfi para se instalarem no território do país vizinho; desse número, grande parte são cidadãos nigerinos. Apesar de ser rico em urânio, o Níger é um dos países mais pobres do mundo. Acolher os refugiados é um grande desafio para o novo governo, pois, mais de metade da população vive abaixo do nível de pobreza.
Os campos para migrantes no Níger já estão sobrelotados e até as organizações internacionais já sentem dificuldades em dar assistência aos refugiados. A Organização Internacional das Migrações recebe num dos seus campos, com capacidade para 250 pessoas, cerca de mil pessoas por dia. Muitos refugiados são obrigados a instalarem-se na rua ou são recebidos por famílias de acolhimento, relata o jornal Le Monde.
Centenas de milhar de pessoas de outros países africanos migraram para a Líbia nos últimos anos para trabalhar no sector da indústria petrolífera, na agricultura e na construção civil. O actual estado de guerra leva muitos a fugir para países vizinhos. Ao contrário da Europa e da Ásia, apenas alguns estados africanos conseguiram evacuar os seus concidadãos do país, onde a insegurança aumenta a cada dia.