Posted: 25 Feb 2011 04:58 PM PST
Fonte: SIC
O alto-comissário da ONU para os Refugiados, António
Guterres, criticou a falta de resposta da comunidade internacional à
situação que se vive na Líbia, de onde, salientou, estão fugindo
milhares de pessoas.
“Faço parte de uma agência humanitária pelo que não vou fazer
considerações políticas sobre isso, mas sinto uma pressão no peito
quando vejo o que se passa – e como a comunidade internacional tem
respondido”, afirmou Guterres, quando instado a comentar a falta de
resposta internacional à situação na Líbia.
Em declarações à cadeia de televisão árabe Al-Jazira desde Genebra, o
chefe do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR)
salientou a dimensão da crise humanitária que se vive nas fronteiras
com a Líbia, onde se regista um autêntico êxodo de pessoas que fogem da
violência.
O alto-comissário manifestou-se “muito preocupado”
pelo fato de a maioria da população em território líbio estar sujeita a
uma situação dramática e muitas pessoas estarem a enfrentar graves
problemas humanitários.
“Infelizmente o ACNUR não pode ajudar as pessoas na Líbia
(…), mas estamos a conseguir fazê-lo nas fronteiras com a Tunísia e com o
Egito”, explicou o antigo primeiro-ministro português.
A pedido do governo de Tunes, a agência da ONU destacou várias
equipes de especialistas para cidades como a de Ras Adjir, na fronteira
entra a Líbia e a Tunísia.
Os funcionários do ACNUR já se encontram no terreno trabalhando com
as autoridades tunisinas e com outras organizações internacionais e têm
como principal objetivo “observar a situação e identificar as
vulnerabilidades individuais daqueles que necessitam de assistência
imediata – como crianças desacompanhadas, mulheres com crianças e
idosos”.
António Guterres pediu à União Europeia que tenha “uma atitude generosa e aberta” em relação a todos os refugiados que abandonam a Líbia e quando questionado sobre a possibilidade de “um êxodo maciço”, Guterres voltou a lembrar que os 27 tem um dever de “solidariedade”, mostrando-se confiante de que a Europa vai cumprir com as suas responsabilidades.