Roberto Abraham Scaruffi

Sunday, 27 February 2011


Posted: 25 Feb 2011 04:58 PM PST
Fonte: SIC
O alto-comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, criticou a falta de resposta da comunidade internacional à situação que se vive na Líbia, de onde, salientou, estão fugindo milhares de pessoas.
Egípcios que trabalhavam na Líbia num campo de refugiados na fronteira turca (Foto: AP)
“Faço parte de uma agência humanitária pelo que não vou fazer considerações políticas sobre isso, mas sinto uma pressão no peito quando vejo o que se passa – e como a comunidade internacional tem respondido”, afirmou Guterres, quando instado a comentar a falta de resposta internacional à situação na Líbia.
Em declarações à cadeia de televisão árabe Al-Jazira desde Genebra, o chefe do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) salientou a dimensão da crise humanitária que se vive nas fronteiras com a Líbia, onde se regista um autêntico êxodo de pessoas que fogem da violência.
O alto-comissário manifestou-se “muito preocupado” pelo fato de a maioria da população em território líbio estar sujeita a uma situação dramática e muitas pessoas estarem a enfrentar graves problemas humanitários.
“Infelizmente o ACNUR não pode ajudar as pessoas na Líbia (…), mas estamos a conseguir fazê-lo nas fronteiras com a Tunísia e com o Egito”, explicou o antigo primeiro-ministro português.
A pedido do governo de Tunes, a agência da ONU destacou várias equipes de especialistas para cidades como a de Ras Adjir, na fronteira entra a Líbia e a Tunísia.

Os funcionários do ACNUR já se encontram no terreno trabalhando com as autoridades tunisinas e com outras organizações internacionais e têm como principal objetivo “observar a situação e identificar as vulnerabilidades individuais daqueles que necessitam de assistência imediata – como crianças desacompanhadas, mulheres com crianças e idosos”.

António Guterres pediu à União Europeia que tenha “uma atitude generosa e aberta” em relação a todos os refugiados que abandonam a Líbia e quando questionado sobre a possibilidade de “um êxodo maciço”, Guterres voltou a lembrar que os 27 tem um dever de “solidariedade”, mostrando-se confiante de que a Europa vai cumprir com as suas responsabilidades.